URNA ESCURA
Na madrugada o vento
soprou frio meu rosto,
que em profundo desgosto
se consumia em tormento.
A noite fora longa e fria,
enquanto as velas queimavam
as lágrimas que me restavam
na madrugada daquele dia.
Seu corpo ali tão lindo
exposto em uma urna escura
já não tinha mais movimentos.
Seu rosto, porém, parecia-me sorrindo,
enquanto minh'alma na tortura
também morria em sofrimentos.
Nova Serrana (MG), 1.o de fevereiro de 2007.