SEQUIDÃO
Entoa o colibri um canto comovente
A doce flor murchou, findando seu romance
Não teve o pobrezinho a desejada chance
Do beijo derradeiro... Ela foi de repente!
Bradando pelo amor da companheira ausente
Procura o passarinho abrigo onde descanse
Mas como? Há tanta dor num ramo que balance
No vasto roseiral, sem graça, diferente
Encantos não mais vê porque seu par apenas
Sorria, a colorir maravilhosas cenas
Candor primaveril naquele lindo enlace...
A bruta sequidão pinta um destino horrendo
Adeja solitário e chora, fenecendo
A morte ao colibri mostra severa face