INFINITUDES

Aos sussurros, tu vens me despir os pecados...

Meu amor, tua voz arrebata, dengosa

e me aviva o desvairo, é torrente queimosa

que se junta aos vulcões aqui dentro calados.

Nossos lábios febris se deslumbram, colados,

tomam desse elixir, a bebida gostosa

que nos faz levitar numa sanha nervosa.

Sintonia perfeita! Envolvidos, amados...

Confitentes do ardor sobre nós dominante,

entrelaçam-se mãos, adocicam-se olhares...

Vemos céus, o infinito, enredados no instante!

Sob espasmos, sou alma a planar pelos ares...

Inflamado por ti porque vens, latejante,

jamais vou recusar o que tu me ofertares...