Cálice de vida
Louvai!O cálice das feras nuas,
da luz, das lágrimas e cheias dores.
Óh! Doloroso coração das flores,
dos animais, de vidas velhas, cruas...
Onipresente! De milhares luas,
Taça disforme de luz, trevas, cores,
de experimentos, sensações, amores,
de estrada, escolhas, de caminhos, ruas.
Copa infinita de sublime vida
Sempre belíssima e tão, tão ungida!
Onde é mister todo ser ir beber.
Então, tomai! Deste obscuro templo,
tomai! Do suco que dá e toma o tempo
e vede o que é viver: amar, sofrer.