TROCANDO OLHARES

Pudera eu, desvendar esse mistério,

Que trazes no teu meigo olhar divino...

Quando olhas o meu jeito de menino,

Às vezes rindo, às vezes muito sério!

Pudera eu, decifrar o som estéreo,

Que emanas dos teus olhos, ao meu tino, a

Deixar-me, quase sempre, em desatino,

Por não entender todo esse tom etéreo!

Pudera eu, descerrar a lona, os cílios;

E interpretar pequenos idílios,

Quando, insistentemente, para ti olho!

Pudera eu, revelar os teus enigmas,

Expondo para mim tais estigmas,

Intrínsecos na ret’na dos teus olhos!

P.S:.*Soneto feito a partir da leitura da obra “Trocando Olhares” de Florbela Espanca, por isso a coincidência do título.

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 26/08/2017
Reeditado em 26/08/2017
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