TROCANDO OLHARES
Pudera eu, desvendar esse mistério,
Que trazes no teu meigo olhar divino...
Quando olhas o meu jeito de menino,
Às vezes rindo, às vezes muito sério!
Pudera eu, decifrar o som estéreo,
Que emanas dos teus olhos, ao meu tino, a
Deixar-me, quase sempre, em desatino,
Por não entender todo esse tom etéreo!
Pudera eu, descerrar a lona, os cílios;
E interpretar pequenos idílios,
Quando, insistentemente, para ti olho!
Pudera eu, revelar os teus enigmas,
Expondo para mim tais estigmas,
Intrínsecos na ret’na dos teus olhos!
P.S:.*Soneto feito a partir da leitura da obra “Trocando Olhares” de Florbela Espanca, por isso a coincidência do título.