Efígie Tumular

Jaz em um belo relevo, postada

no coração do ardil cemitério,

a minha efígie, que mesmo gastada

de mim ainda guardava um mistério.

Lá no sepulcro fez sua morada

e da morada fez seu império.

Sempre com sua feição cravada,

perenizada no seu rosto sério.

Eternamente quieta, calada....

a efígie tinha uma boca gelada

que sem gritar tudo emudece.

E os olhos vivos, brilhantes; de olhar

tão feito para seguir e espiar

quem no sepulcro deixar uma prece.