AMARGURA
Vou tentar um soneto, um breve poema,
Que fale mais um pouco de amargura,
Tristeza, depressão, dorido tema,
Só superado pela sepultura.
Dessa dor que vai n’alma, a dor extrema,
Essa tristeza cruel, que (como dura!)
Parece não ter fim, sem que se gema,
Como se colocada na moldura.
O mundo se acabou, quem sofre assim,
A morte às vezes é melhor até,
E o depressivo escolhe dar-se um fim.
Morta a esperança, ninguém fica em pé.
Mas Jesus pode entrar nesse ínterim,
E dar-lhe um norte e lhe inundar de fé.
Pitanga, 20/12/2016