Meu velho Pará

A saudade hoje é grande. Onde será

que estás, ó meu barco, velho Pará?

A tua alma inda vive forte na minha

e saudosa, vibrando, lembrando a Marinha.

Nas noites escuras, lúgubres, do tombadilho,

eu via no horizonte distante um brilho:

era uma estrela guia e ela muito dizia.

Meu navio navegava, no caturro seguia...

Nas suas malaguetas, um timoneiro!

Fortes ondas batiam varrendo o convés...

E eles seguiam: o marujo e o barco altaneiro.

Onde estás, amigo meu, Velho Guerreiro?

Quero saber de ti, amigo, companheiro!

Meu pranto é de ferrugem, barco primeiro!