O escorpião e o soneto (Republicação)
O veneno do escorpião, onde está?
Está na cauda, nos bem sabemos
Como dói ser ferrado, convenhamos:
Se não cuidar o vivente morrerá.
Paro e, pensando fico a observar,
Este artrópode com antenas em riste.
Pra nos trazer problemas é que existe,
Ou terá outra razão de aqui estar?
Estamos, eu e ele, em meio à natureza,
Poeta e artrópode, partes da beleza
Desse mundo, que Deus bem soube fazer.
Olhando-o, acho que ele quer me dizer
Que: Se o veneno está na sua última parte,
No soneto, ao final: A alma da arte!
Josérobertopalácio