AMOR AO CREPÚSCULO
Em tardes belas, aquarelas invernais,
azuis e rubros os poentes sempre alegram!
Suspensas telas, em seu brilho deixam mais
embevecida esta visão dos que celebram
o aconchego, quando a noite, enfim já vem.
O doce encontro, o peito amigo, as confidências.
Do amor fruir, poder amar como ninguém
jamais amou. Romper por fim as resistências.
E o vasto manto do poente os sonhos tinge,
envolve em cores os amantes enlaçados
e o sol dormindo, atrás da terra, apenas finge
não ter deixado seu braseiro noutros lados.
No céu sereno, sem pudor, a cor atinge
o mesmo tom do leito dos apaixonados.