Cenas da vida...
Ah! Quantas vezes fui a lugares que não queria, com gente indiferente, locais alegres pela cortesia fria, da conveniência e da delicadeza densa de gestos automáticos, sorrisos moldados pelo enfado, conversando sobre meras tolices de sempre.
Ao voltar, livre dos teatros, constatava, com alegria e tristeza, a escolha de ir e ficar sempre fora minha.
Comecei a me escolher como companhia e a olhar para dentro em busca de uma poesia, onde a verdadeira alegria era apenas a de poder ir e voltar, em dia e hora qualquer, sem pompa ou aparências forçadas.
A solidão não é uma escolha boa ou ruim, é necessária para um pensar distanciado, sem crítica, revisitando tomadas do filme da vida, nas cores desses frames, sem retoques.