RODOPIOS
A minha carne encosta em ti, convulsa
És oceano aceso e teu bulício
Ateia uma paixão que, indócil, pulsa
Deixando-me à mercê de um louco vício
Doçura bebo em generosos goles
Embriagado dos teus beijos plano
Qual pássaro bailante de asas moles
Cativo de um bafejo soberano
Ah, meu inflamadíssimo regaço
Sentindo me envolver o meigo abraço
Aos poucos me liberto das amarras
Amor, nos agradáveis rodopios
Enlaço meus secretos desvarios
Revelo do desejo as finas garras