SOBRE LODO, TELHADOS E BEIRAS

Um gato andou no meu telhado e defecou nele todo...

Ok, sou mais ordinário do que ele e faço da minha fé um sanitário

Ando pelo mundo em silêncio e vou deixando meu lodo

Num rastro gelatinoso, vil e arbitrário

Alguém arranhou meu orgulho, mas foi bem banal...

Relevei... pela minha ética amoral e ligeira

E quando me questionaram tal e qual

Só dei de ombros... e me postei na eira, ao lado da beira

Sei tão pouco do mundo e menos ainda da minha condição...

Conto estrelas... mas não sigo mapas

Sou triste, embora faça pouco de tudo e não esboce reação

E no fim do dia, quando os dragões já tiverem zarpado

Vou fazer uma fogueira mais alta do que as estrelas

E nela vou jogar meu orgulho e o resto do meu enfado

Caio Braga
Enviado por Caio Braga em 21/08/2017
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