SOBRE LODO, TELHADOS E BEIRAS
Um gato andou no meu telhado e defecou nele todo...
Ok, sou mais ordinário do que ele e faço da minha fé um sanitário
Ando pelo mundo em silêncio e vou deixando meu lodo
Num rastro gelatinoso, vil e arbitrário
Alguém arranhou meu orgulho, mas foi bem banal...
Relevei... pela minha ética amoral e ligeira
E quando me questionaram tal e qual
Só dei de ombros... e me postei na eira, ao lado da beira
Sei tão pouco do mundo e menos ainda da minha condição...
Conto estrelas... mas não sigo mapas
Sou triste, embora faça pouco de tudo e não esboce reação
E no fim do dia, quando os dragões já tiverem zarpado
Vou fazer uma fogueira mais alta do que as estrelas
E nela vou jogar meu orgulho e o resto do meu enfado