O conteúdo e o continente
Quem dá valor só a beleza externa,
Externa o quanto é fútil e é vazia,
Num rótulo sem brilho se anuncia,
Na inutilidade se prosterna.
Quem nessa vida apenas se encaderna
E todo o conteúdo renuncia,
Demonstra uma existência subalterna,
No vento da ilusão se asfixia.
Quem cultua somente o próprio corpo,
Na cegueira fugaz da vaidade
E esquece-se da alma o seu conforto,
Não sabe que na morte há uma verdade:
Todos irão pra um derradeiro porto
E a alma singrará pra eternidade.