E MIRÓ TAMBÉM CHOROU...

Soneto em homenagem

Pedacinhos coloridos assentados pela praça

Em mosaicos divertidos encenados ao derredor...

Vindos do Surrealismo pelas plásticas mãos da graça!

Sequer se premuniriam dum chão estarrecedor.

De repente o Cubismo da ruína desumana...

Geometria conturbada de corpos a agonizar

Mesmo mundo tão temido de Guernica à face humana

Atual que se detém na ambiguidade do amar.

A criança que brincava nas figuras, extasiada...

Sequer lá lhe houve tempo, toda tela se fechou!

Pela sina encenada na loucura programada

Estendeu seu corpo tenro à vida que lá voou.

Sob o sino em oração à Sagrada Família:

Gaudi ora com Picasso onde Miró também chorou.

Nota: E que um dia o nosso Surrealismo desumano seja só dom artístico da humanidade.