PREDADORES

Há pérfidos chacais sondando minhas dores

Mirando, a salivar, fatal definhamento

Nos olhos abismais um brilho famulento

Do coração algoz espalha em mim terrores

A sanha de animais, covardes caçadores

Entalha minha cruz, nela o perecimento

De sonhos se verá e no final momento

Irão me devorar os restos... Predadores!

Podendo, afastaria essa matilha imunda

Das tantas aflições que levo perturbado

Na rude escuridão onde o plangor inunda

De fúria e sordidez, ferido, estou cercado

Imerso em estupor, em gelidez profunda

Um pobre sofredor, sem norte, abandonado...