Soneto da Eternidade
Condenada em gênese a ser-te amante:
Tornou-se o amor a mim tudo o que sou
És força motriz, guia inebriante
Ordena-me a divagação errante.
Pudera eu tangir a plena ciência
De seus mortais minutos em porvir
Sem em doce inocência permitir
Que naufragasse toda em tua essência.
Não obstante no presente o ar haurindo
Depois de intangíveis redemoinhos
A contemplar no íntimo d'outros ninhos
És toda tua minh'alma e pecado
E em infinita agonia morro em face
Do expectar pelo teu eterno enlace.