A ÁRVORE ASSASSINA
«Na festa da Virgem do Monte»
O Logos da Ascensão se desvaneceu,
Na alma dos fiéis da Virgem do Monte
Que, ao matarem a sede na água da fonte,
Algo de estranho ali aconteceu.
Por entre cânticos subindo ao céu,
Com os olhos suspensos no horizonte,
O terror desabrochou em cada fronte
E um corpo de gigante ensandeceu.
A romaria findou em mar de gritos
Por culpa daquela árvore assassina
E uma onda de sangue repentina
Deu num oceano trágico de aflitos.
As árvores quase sempre morrem de pé
Mas, logo esta, tombou por louca razão
Desfeita em mil destroços pelo chão
Gerando um morticínio de falsa fé…
- Ai, ó Virgem do Monte – bramou Belzebu –
Como é que, d´ olhos fechados, estavas Tu?
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA