SEM JUÍZO
Teus lábios doces mordisco de leve,
devagarinho da seiva me embebo.
Devaneando, aturdido, percebo
que minha sede em teu corpo se atreve.
Os poros fervem, torrente bravia
escalda os sôfregos beijos, selvagens.
Por sedutoras, insanas voragens
somos sugados... O amor delicia!
Sintonizados, olhares brilhantes
desnudam, rindo, travessos amantes
por uma fúria carnal conduzidos.
Que sobre nós a luxúria se deite,
tire o juízo, o supremo deleite
deixe entranhado nos bambos sentidos!