Nâo tem como
Lamento, mas eu não ando disposto
A juntar algumas letras no papel
Eu bem que sei da sopa e do mel
Mas quero descansar no mês de agosto.
Não quero letra vâ, a que blasfema
E assim sem nada pronto a ser composto
Fico no espelho a enxergar meu rosto
Que não reflete a imagem do poema.
Eu sei que é fardo grande o meu lamento
Mas insisto em não mudar o meu momento
Pra não fazer uns versos sem sentido.
As estrofes pedem as letras que hão em mim
Como a baterem em pedra dura, vão assim,
Aí me curvo ao tilintar no meu ouvido.
Josérobertopalácio