MEU PLEONASMO É VOCÊ

MEU PLEONASMO É VOCÊ!

Silva Filho

(Transposição de textos antigos)

Verso rude, insensível, sem requinte.

Verso carne, verso corpo (de mulher)

Muitas vezes com a capa de acinte

Mas por baixo... uma flor de bem-me-quer.

Todo dia... vem o verso redundante.

É assim que levo a cabo meu mister!

Nem metáfora, nem efeito deslumbrante.

Garatujas para um verso qualquer!

Não importa se me falta vaidade

Não importa se insisto no cadê...

Procurando a real felicidade!

Minha vida é assim... com um porquê!

Se meu verso tem u’a só identidade

É porque meu pleonasmo é você!

VERSÃO DO ILUSTRE POETA E AMIGO FERNANDO CUNHA LIMA, COM A CATEGORIA QUE LHE É PECULIAR.

REPETIÇÃO DE PLEONASMOS

Fcunha Lima

Meu pleonasmo és tu, sabes porquê?

Pois abundas em mim com abundância,

Tanto excesso de ti, em tolerância,

Tanto tu em tu mesmo, só você.

Suficiência ou superfluidade,

Correndo em círculo com tal redundância,

Dizendo sim, fazendo concordância,

Besteira tanta ou inutilidade.

Meu pleonasmo é só você, de novo,

É o querer partindo pro renovo,

A mesma coisa em repetição.

Tanta junção perfeita, feita, tanta,

Tanta querência que se alevanta,

É necessário mais de um coração.