Tantra

"Andava a procurar-me - pobre louca -! E achei o meu olhar no teu olhar, e a minha boca sobre a tua boca!" (Florbela Espanca)

TANTRA - Reeditado

Há de ver-me de alma nua imantada

Perante o sacro altar do corpo teu

Nos teus, meus olhos negros como breu

Numa noite de lua prateada

Há de sentir qual bruma rendilhada,

Meus enluarados fios em cascata,

Cair sobre teu corpo como prata

E na boca um céu de estrela orvalhada

Há de ver-me como um sonho - presente -

Canto de rouxinol paixão ardente

A que em ti esse ditoso amor luziu

Em prece, com os úmidos olhos tantra

Soletrará meu nome como mantra

Bendizendo esse amor que nos uniu