INSÍDIA

Habita o coração uma agonia amarga

Que vem como punhal insidioso, agudo

Sangrando as emoções, despedaçando tudo

Despenca sobre mim insuportável carga!

Aos olhos falta luz, o desalento embarga

Lamúrias não têm voz, o meu protesto é mudo

Neste silêncio há dor e mesmo assim me iludo

Reminiscências são como uma trilha larga

Sofrido sonhador os pedregais palmilho

Choroso, firo os pés nesta jornada inglória

Amor, buscando a ti, encarno um andarilho

Penoso, aterrador suplício... Sigo, escória

Saudade me conduz e não me desvencilho

Do que me faz lembrar da nossa linda história