LUA ENVERGONHADA
«Em noite de luar de Agosto»
Fenómenos naturais, já depois do sol-posto,
Que envolvem a emergência d´ astros universais,
Tem sido uma constante, por diversos sinais,
De mudanças estranhas muito a contragosto.
Com as estrelas, co´ o sol, co´ a lua em Agosto,
Quer se chamem eclipses ou movimentos tais
Que, de per si, não acrescentam nada mais
Senão a admiração a quem lhes põe o rosto.
Este “luar de Agosto” feito eclipse lunar –
Que outra coisa não é senão Lua ensombrada
Parcialmente, co´ a terra meio envergonhada –
Revela-se mortiço e sem força p´ ra brilhar.
Diz-se que o sol comanda a nossa identidade
E que a Lua comanda as nossas emoções…
Então, envergonhada, não terá reacções
Suficientes, para agir em conformidade.
- Mas se não deres, ó Lua, um brilho coerente
Como será com quem na lua tem a sua mente?
Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA