OFICINA DO SONETO
OFICINA DO SONETO
Silva Filho
Em resposta a Fernando Cunha Lima
Soneto: "Aos Mestres com Carinho"
Dividimos a bancada do soneto,
Cada um com seu labor na oficina,
Quem escreve, tanto aprende como ensina,
Ensinar é tudo que eu não prometo.
O meu verso fica branco ou fica preto,
O matiz que aplico não combina,
Vou pedindo só a proteção divina,
Mantendo no balcão meu amuleto.
O verdadeiro mestre se oculta,
Na transparente cabine da modéstia,
De onde o seu trabalho se avulta.
Tal como o sol, o seu brilho é a réstia,
E pela réstia o bom mestre se exulta,
Tecendo humildade como véstia.