Talvez

Dentro, alguma inquietação me habita
Talvez presa, como na jaula uma fera
Eu sonho que esse desassossego espera
Que será usado numa melhor escrita.

Mas quando um dia eu estiver bem na fita
Querendo, por certo, agradar a galera
Ou produzir texto como nunca fizera
É isso! Já sei porque existo! meu ego grita.

Feita a prima obra, a inquietação se esgota
Pois não mais se justifica a sua existência
Acalma-se o ânimo, vai embora o furor.

Daí, sinto que talvez cumpri minha cota
E, no meu imo, desapareceu a insistência
De modo que sou bem sucedido construtor.
Jair Lopes
Enviado por Jair Lopes em 07/08/2017
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