POETAS


Quem somos nós poetas, se aquilo que buscamos
é apenas o elo móvel, débil, das palavras?
Sequências tolas, não queremos, evitamos,
e a nós resta, no fundo, liberar as travas.

Assim, sabe-se alguém dono do que louvamos?
Escravas, sim, fiéis, mas têm facetas bravas.
Evadem-se de nós; negam o que sonhamos,
deixando o seu amargo fel em nossas lavras.

Poetas, registramos sempre em nossas falas,
a máscara grosseira de nossa alma inquieta,
pois toda sutileza, a nos seguir em alas,


perece nos confins e nunca se arquiteta
um meio ao qual se ligue um modo de deixá-las.
Por isso, qual a escolha que tu tens, poeta?



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