ROTINA
Revivemos na orgânica espiral
À mesa posta, caos e alimentos
Em larvas, dias cinzas bolorentos,
A densa fome que em nada é igual
Ao gozo dissipado, original.
Nos nossos poucos vivos sentimentos
Fastio se propagando nos momentos
De silêncio, infinito ritual.
Dos sabores perdidos em outroras,
Da gana que movia genuína,
Restam no vazio pálidas demoras.
E seguimos de forma paulatina
Cevando dos cadáveres nas horas
O insaciável monstro da rotina.