ROTINA

Revivemos na orgânica espiral

À mesa posta, caos e alimentos

Em larvas, dias cinzas bolorentos,

A densa fome que em nada é igual

Ao gozo dissipado, original.

Nos nossos poucos vivos sentimentos

Fastio se propagando nos momentos

De silêncio, infinito ritual.

Dos sabores perdidos em outroras,

Da gana que movia genuína,

Restam no vazio pálidas demoras.

E seguimos de forma paulatina

Cevando dos cadáveres nas horas

O insaciável monstro da rotina.

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 04/08/2017
Reeditado em 18/02/2022
Código do texto: T6074101
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.