A PELE QUE HABITO

"Rasga essa máscara ótima de seda/ E atira-a à arca ancestral dos palimpsestos.../ É noite, e, à noite, a escândalos e incestos/ É natural que o instinto humano aceda! (Augusto dos Anjos)

A PELE QUE HABITO

A vida é um desfile de carnaval

Alegria banal do folião

Que vê na máscara de papelão

O cúmplice perfeito, seu aval

Pra esconder seus inúmeros defeitos

Exibem qualidades que não tem

Forjam caráter, encenam o bem

Simulam representações de efeito

Desfilam sob o brilho do holofote

Sem se dar conta que a "face" é boicote

Derrete com o calor da multidão

Numa quarta qualquer o realismo

Alguns superam esse dualismo

Outros avançam sendo o que não são.

(Edna Frigato)