COMO CRIANÇA
COMO CRIANÇA
Silva Filho
Brincava o vento de curvar os galhos
Como criança brincando no quintal.
Tão pueril... parece o vendaval,
Carregando somente os esgalhos!
Brincava o vate de fazer atalhos
Pra descobrir, depressa, seu fanal.
Como criança que não vê o mal,
Pode deixar a sua sina em retalhos!
É o poeta refém da criancice,
Razão de escrever tanta sandice
Quando quer preconizar sua paixão...
Vivendo mergulhado em mistério,
Nem o poeta conhece o elastério,
Que vaza nos canais do coração!