Pálido ponto azul no qual habito

Pálido ponto azul no qual habito

Desfaz-se em cinzas, paulatinamente.

Corpo envolto em pó, céu de luz carente,

Cenário incolor, tumulto infinito.

Verde, há tempos, faz-se inexistente.

O ar chora baixo e, sufocado, aflito,

Deixa-me, o ar, por silencioso grito.

Urano em luto e Gaia doente.

Sob o disco branco, sigo vagante

Abraçado por congelante ardor

Que me torra o fora e enregela o dentro

Mesmo não me alcance a luz viajante

E em meu cativeiro se ausente a cor

Do meu mundo fiz uma rosa o centro

Pedro Paz
Enviado por Pedro Paz em 02/08/2017
Código do texto: T6072434
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