ÁRVORE GENEALÓGICA

ÁRVORE GENEALÓGICA

Silva Filho

O juá traz o gene do juazeiro,

A oliva... rebento da oliveira,

Toda uva é uma filha da videira,

O caju tem como pai o cajueiro!

O sambista tem incesto com o pandeiro,

Todo samba tem mulata por parceira,

Mestre-sala gosta da porta-bandeira,

A avenida não escolhe companheiro!

O soneto só tem mãe – A POESIA!

Com a rima tem um caso que arrepia,

Os filhotes vão nascendo como versos!

O Poeta é um menino abandonado,

Que perdeu a ligação com seu passado,

Um passado com os pedaços já dispersos!

O SEGREDO DO TALENTO É A MODÉSTIA.

BASTA CONFERIR O SONETO DO FERNANDO CUNHA LIMA.

O GRITO DO VERDADEIRO VERSO

Fcunha Lima

Cada verso, disperso em pedaços,

Filho da musa com o seu parnaso,

Vem dá profundidade para o raso,

Ocupa a unidade nos espaços.

Mas quando a verve apertando os laços,

Inventa um casamento ao acaso,

Estipula a matriz caso a caso,

Buscando a união, traçando traços.

O vate aprendiz e nascituro,

Aprende a poesia do futuro,

Sacudindo pelo ar ao infinito.

Pois a inspiração só transparece,

Se esta poesia como prece,

Mostra-se ao leitor pelo seu grito.