AVESSO


Noite, em cada ausência a descoberta
Do estranho em sentenças soberanas,
Meu avesso inglório e sem hosanas
Cantando em mudez que desconcerta.
 
Cada sombra é uma ferida aberta
Na tessitura de horas insanas
Nessa noite de dores tão planas
Quanto qualquer leito em doce oferta.
 
Noite em que me encontro em desvantagem
Nesse assombro no qual permaneço,
Perplexo numa estranha paisagem.
 
Pois são os vultos que se acumulando
Vão mudando esse quem sou no avesso,
Num da mesma espécie desse bando.
 
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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 31/07/2017
Código do texto: T6069758
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