VIAGEM REPENTINA

VIAGEM REPENTINA

Silva Filho

(homenagem póstuma para Ângela Faria de Paula Lima)

Pegaste um voo, mesmo sem passaporte,

Pra distante estação do infinito,

Não ouvi o teu adeus; sequer um grito,

Sei que o preço da passagem foi a morte!

A morte física, que apenas dá suporte,

Outorgando liberdade ao espírito,

Pois somente renascer é o seu fito,

Na viagem que jamais se perde o norte!

Brincamos de ADEUS, há poucos dias,

Num soneto que falava doutras vias,

Sem pensar nessa viagem repentina!

Meu soneto tem o rosto lacrimante,

Porque nossa interação ficou distante,

Tão distante como ESTRELA MATUTINA!