ORDINÁRIO

E quando do meu corpo enfim a vida

ausente se fizer, não mais serei,

será coisa qualquer apodrecida

decomposta à fatal e certa lei

que rege os vivos - todos ao que sei.

Não há o que fazer, chama perdida

no tempo solta, ao nada caberei...

Vil matéria reles corrompida.

Nada em mim pelos céus há de ascender

Ao fim, normal - mecânico desfecho -

a mente conformada clara deixo.

Tão efêmero todo e qualquer ser...

Algo vivo enfim morre, não me queixo

do ordinário fim que suceder.

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 27/07/2017
Reeditado em 25/11/2021
Código do texto: T6066818
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