ORDINÁRIO
E quando do meu corpo enfim a vida
ausente se fizer, não mais serei,
será coisa qualquer apodrecida
decomposta à fatal e certa lei
que rege os vivos - todos ao que sei.
Não há o que fazer, chama perdida
no tempo solta, ao nada caberei...
Vil matéria reles corrompida.
Nada em mim pelos céus há de ascender
Ao fim, normal - mecânico desfecho -
a mente conformada clara deixo.
Tão efêmero todo e qualquer ser...
Algo vivo enfim morre, não me queixo
do ordinário fim que suceder.