Revelação
“Sou eu que, ateando da alma o ocíduo lume, / Apreendo, em cisma abismadora absorto, / A potencialidade do que é morto / E a eficácia prolífica do estrume!”
(Augusto dos Anjos)
Revelação
O homem, ao libertar-se da cegueira
Do vício que carrega o ser errante
Renasce para a vida nesse instante
Pra luz da eternidade derradeira
A vida, até então obnubilante
Do início até seu fim clareia inteira
Como a alva flor de lótus na poeira
Com haste firme a luzir qual diamante
Resquício da visão subterrânea
Desaparece de forma espontânea
E com ela o execrável ser precito
O olhar ressurgirá da vida morta
No instante em que esse homem avista a porta
Que abre todas as outras pro infinito