Amiga

É por não desatarmos o nó

que eu sempre me vejo só.

É porque você muito pouco acredita

que se põe assim tão confusa e aflita.

É porque seu estranho amor não me grita

que você quase sempre escapa e me evita.

E se a fumaça, ao invés de fogo, faz-se pó,

é porque haverá fim sem piedade ou dó.

Haverá sua volta a um limitado modo de vida,

Mas você de mim, por certo, levará a experiência tida

E me restará sempre torcer pelo seu sucesso.

Afinal sua vida, resumindo, não mais me abriga,

o que a fará outra vez tentar um último regresso.

Mas você me terá sempre, mesmo sendo só outra amiga.