Vícios

Quero apenas aquilo que é de resto,

E que o resto do mundo não deseja.

Minha luta por mais santa que seja,

É o retrato de algo que eu contesto.

A vontade que assola a minha mente,

É maior que a razão que sempre oculto.

Os meus passos, restritos em meu culto,

Se conduzem na história diferente.

Quero então só morrer mais uma vez,

Na fraqueza aparente de meu vício,

Não olhar minha imagem no silício,

Ser alguém mais além que um só talvez.

Quando enfim, no tormento eu perecer,

Repetir é o que sobra por dever.