ESPERANÇA

À guiza de teu riso triste

Suporto a dor em sua profusão

A chaga maior ainda não sentistes

Uma vez que nosso senhor renasceu da sua crucificação

Penso eu, fiz o que pude, mesmo que de modo rude

O relógio passa e a rede de crochê na varanda dança

Meus olhos são dois lacrimejantes açudes

A dor de um poeta não pode ser pesada na balança

Toda partida é um parto

Pessoas perambulam inquietas sem pouso certo

O destino não fica destilado preso dentro de um quarto

É ave rapineira que já calcula o bote da presa de perto

O longe não existe de fato evoluir é subir escada

Temos que caminhar sem rumo

E em cada passo dado está o endereço de nosso lar

Não podemos desistir por nada

Em cada chamada há um novo aprumo

Enquanto houver vida haverá um lugar pra se chegar...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 27/07/2017
Reeditado em 27/07/2017
Código do texto: T6066042
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