Justiça Divina
Neste meu frágil corpo transitório,
Carrego, anos a fio como uma cruz,
Uma tristeza maior que a de Jesus,
Que me suga a alma feito um haustório.
Saber que desde já foi decidido
Que o final terá um só desfecho.
Só pensar já me põe fora do eixo
A desejar nunca haver nascido.
O imutável fim que nos iguala,
Ao imolar orgulhos e vaidades
Enterrando todos na mesma vala,
Só confirma que a divina justiça
Recai sobre todos com igualdade
Quando vem o mal e os enfeitiça.