EGO
“Alimenta-me para que não morras!” – disse o ego.
“Pois precisas do mínimo de amor próprio
A fim de que não vejas só o outro e a ti fiques cego
E passes a vida a existir como num ambulatório.”
“Porém, não me assoberbes com a obesidade
Pois enxergarás apenas a ti mesmo na escuridão
E pensarás que o outro não importa na realidade
Em que habitas só. Não te quero para escravidão.”
Poucos os que atentaram o ouvido preciso
Havendo aqueles que tal qual Narciso
Alimentam-se apenas de si mesmo morbidamente.
Enquanto outros se despojam de si debilmente
Assassinando o Ego, aceitando com subserviência
O ditado por quem não passa de humana excrescência.