SONHO
SONHO
**************************************XXXXXX************
Nas tardes deste outono langoroso
Que passa desprendendo estas folhagens
Eu canto os lacrimais meus, desditoso,
No vão destas tristonhas paisagens! ...
As folhas se evolam em voo lutuoso
Levadas pelo vento em suas planagens;
E, eu, a observá-las, amargoso,
Adejo nas tristezas, nas paragens...
Sou triste como as árvores sem vida
Assim, feito a paineira ressequida,
Fincada nos umbrais desta campina...
Permito-me a tristeza nestas horas,
Mas, sonho com as flores nas auroras,
Orvalhos e com aves de rapina...
Arão Filho
São Luís-MA, 24 de julho de 2017.