O soneto e o dia

O dia nasce e, igual a gente, cresce

e corre e morre na boca da noite

e nunca, nunca fica pra pernoite

e todo dia a noite se enlutece.

Nessa hora é sempre bom u'a prece

pra que a noite alcançe o novo dia

e aí começa de novo a agonia

do poeta pra versar o que acontece.

E vai o dia, outro vem, é sempre assim,

variando entre um bom, outro ruim

igual versos do poeta num soneto.

E, tal qual na vida, tudo nele cabe,

- o que não se soube ou o que se sabe -

para que o dia não morra incompleto.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 23/07/2017
Reeditado em 05/05/2020
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