Arisca

Ninguém, ninguém, ninguém me queira mais:

podem trazer-me tudo quanto existe:

o ouro de Ofir e todas as irreais

ilusões que contentam quem é triste.

Podem trazer-me, em doidos vendavais,

a luz da felicidade que sentiste,

mulher ditosa que em cortejo vais

seguida de quem ama — de quem riste.

Podem passar, ó loucas multidões

que eu bem o sinto, em tétrica miragem,

o labirinto em vossos corações...

Podeis passar, ó luz do sol fecundo,

porque eu não troco o amor desta selvagem

por todas as grandezas deste mundo!

ROGERIO WANDERLEY GUASTI
Enviado por ROGERIO WANDERLEY GUASTI em 21/07/2017
Código do texto: T6060472
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