Arisca
Ninguém, ninguém, ninguém me queira mais:
podem trazer-me tudo quanto existe:
o ouro de Ofir e todas as irreais
ilusões que contentam quem é triste.
Podem trazer-me, em doidos vendavais,
a luz da felicidade que sentiste,
mulher ditosa que em cortejo vais
seguida de quem ama — de quem riste.
Podem passar, ó loucas multidões
que eu bem o sinto, em tétrica miragem,
o labirinto em vossos corações...
Podeis passar, ó luz do sol fecundo,
porque eu não troco o amor desta selvagem
por todas as grandezas deste mundo!