Procissão dos seres
Pelo leito do açude seco, vez,
Bebe a ausência esquálida novilha
Tropeça em mortos sobre a mesma trilha,
Lembranças dos que foram na escassez.
O chão racha, rejeita a vida e rilha
A crosta pele dos viventes, mês
A mês que mais parecem ser, talvez,
Extensão da aridez, morte em partilha.
Vivos á força, apenas sede e instinto.
Na marcha em procissão buscam vencer
Em vão à sequidão do mal faminto
Que prefere das vítimas tolher
As mais frágeis, as débeis e pequenas,
Judiar mais, não só matar apenas.