Crucifixo

À meia-luz do claustro, do convento,

Das mãos em um rosário, entrelaçadas,

Absorta estava a freira em seu momento,

Em orações, em preces devotadas.

Fitando a efígie do alto monumento

Analisava as formas buriladas;

Estava ali o Cristo macilento

Com as etéreas mãos na cruz, pregadas.

Vinha-se da janela vagamente

Uma centelha frouxa e alvinitente,

Que a face do alto Cristo iluminava;

E dessa luz, então, se ver podia,

Que a freira em seu orar não percebia,

Que o Cristo, a sua face, contemplava.

Julho de 2017

*Decassílabos.

Derek Castro
Enviado por Derek Castro em 17/07/2017
Reeditado em 24/07/2017
Código do texto: T6056994
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