AMPULHETA

Por más recordações, dei novo rumo à vida

O tempo vai passando e com ele a certeza

Que por seu próprio excesso ao infinito convida

O sangue em ventre novo a uma alma indefesa

Divisível distância, inesperada ida

Que à poeira imprevista de antiga vagueza

Inteira de mistério inventa uma acolhida

A mim, pequeno grão, que vivo por empresa

Apenas cada dia entoando outro dia

Que o futuro vislumbre destinado ao pó

Da penumbra da terra que inerme seria

Entre a sombra da noite esse instante faz dó

Nos reduz a um esboço ornado em primazia

E feito de um sorriso estampado em filó

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 17/07/2017
Código do texto: T6056760
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