DESCONTÍNUO

Vasta solidão que me atormenta tanto!

Mundo pequenino de gente distante,

Na regra de três desse tempo inconstante

Vejo o resultado do meu desencanto...

Passo a esmo os dias, sorrindo de espanto,

Nessa involuntária força de ir adiante,

Já não vale o verso de Amor que eu o cante,

Desde que deixou de ser lindo... Ser santo...

Meu carme egoísta não tem mais segredo,

Eu sou homem, fúria nascida do medo,

O futuro é curto para mim, eu sei...

Nada espero e nada faço pela história.

Se houvesse maneira, pela vida inglória,

Tomaria todos os versos que dei...

Maurilo Rezende
Enviado por Maurilo Rezende em 13/07/2017
Reeditado em 13/07/2017
Código do texto: T6052978
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.