Nenhum Mal
Nenhum mal representa a vil navalha,
dentre a carne, nem víbora mortal,
enroscando-se ao dorso vertebral
no cansaço da trágica batalha.
Sorver toda a cicuta que se espalha
ao corpo num segundo só fatal,
roleta russa, nada mais normal
que caminhar trajando uma mortalha.
O pulso em cortes tê-lo desatado,
vazados olhos visto qual favor,
achar-se de ilusões o ser tomado,
cuidar que a vida seja algo a dispor
para caprichos doutro alguém ao lado...
Nenhum mal representa enfim o amor.