ÁGUAS DO MEU PRANTO
Brincavas num jardim tão inquieta,
Regando rosas com teus lábios finos;
E, ao te ver, como se ouvisse hinos,
Meu coração quis brincar de poeta.
Fiz versos aos teus lábios coralinos;
Falei de amor de forma tão direta,
Que a tua tez tão alva e discreta,
Abrasou-se com tantos desatinos...
E hoje, ao te buscar por entre as flores
Do tal jardim que tinha tantas cores
E ora já não tem o mesmo encanto,
Vejo que ainda restaram umas rosas,
Que, mesmo sem teus beijos, são viçosas,
Regadas pelas as águas do meu pranto...